Apresentar uma manifestação religiosa de origem africana, no caso, do povo Iorubá, com naturalidade – em oposição à visão pejorativa que grande parte da sociedade tem da religião africana. Além disso, os alunos, em sua maioria afrodescendentes, traziam um histórico de repetência, acompanhado de visível baixo auto-estima.
Rodas de conversa e leitura; aulas expositivas; promoção de debates; pesquisa bibliográfi ca em diferentes fontes tais como livros didáticos e paradidáticos, literatura infanto-juvenil, revistas, jornais e enciclopédias; utilização das tecnologias da informação e comunicação – editor de texto, imagem, apresentação e internet; uso de linguagens visuais, como DVD, vídeo, pintura e fotografi a, além de refl exão por meio da arte, como visita ao Museu Afro-Brasil.
A apresentação do vídeo Atlântico negro: na rota dos orixás, documentário de Renato Barbieri (1998), debate e pesquisa na internet; leitura do livro Os príncipes do destino: São Paulo - SP histórias da mitologia afro-brasileira, de Reginaldo Prandi. Audição dos CDs A música da África, Yorubana, Arte de viver e Gonguê: a herança africana que construiu a música brasileira, comentários e seleção das faixas mais adequadas à encenação. Visita ao Museu Afro-Brasil; Encenação dos textos trabalhados, documentados em vídeo e fotografia e apresentação à comunidade escolar durante a Mostra Cultural, em 7 de outubro de 2006.
Os alunos desenvolveram e aplicaram suas habilidades de leitura, compreensão de texto e artes visuais utilizando diferentes tecnologias. Além disso, exercitaram a tolerância, o respeito ao outro e aprimoraram seus conhecimentos da cultura africana. As rodas de conversa permitiram desenvolver a oralidade, a desenvoltura e a linguagem corporal dos alunos, que se sentiram motivados a encenar os textos produzidos. Observou-se a avaliação positiva da comunidade, que entendeu a proposta, comentou o avanço pedagógico e se mostrou sensibilizada durante a encenação. A equipe aprendeu que a história do país pode ser contada a partir de outro ponto de vista, pois teve contribuições de diferentes povos; que é importante conhecer a cultura negra para diminuir a discriminação e melhorar o relacionamento entre os alunos negros e não-negros; que é possível trabalhar a cultura africana em sala de aula.
Sidnéa Basile de Almeida, Elaine Molina Pacheco, Lucimara Zam Vieira e Olga Mendes Pereira Ribeiro.